Notícia (Política)
08/01/2016
STF autoriza quebra do
sigilo bancário e fiscal de Eduardo Cunha
A decisão foi do ministro
Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, e atendeu a um pedido da
Procuradoria-Geral da República
Foi autorizado pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos bancário e fiscal do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de sua mulher, Cláudia Cruz, de
sua filha, Danielle Dytz da Cunha, além de pelo menos três empresas ligadas à
família.
O
deputado, a mulher e a filha são investigados no Supremo por suspeita de terem
mantido contas secretas no exterior que teriam sido abastecidas com recursos
desviados de negócios da Petrobras na África.
Parte dos
dados fiscais já foram enviados pela Receita Federal aos procuradores que atuam
na Lava Jato e embasaram o pedido de busca e apreensão na residência oficial da
Câmara e endereços relacionados ao peemedebista, realizada em dezembro com
autorização do Supremo.
A Receita
identificou indícios de aumento patrimonial incompatível com os rendimentos da
família de Cunha que totalizam R$1,8 milhão entre 2011 e 2014. O deputado nega.
Com a
quebra, os investigadores querem obter detalhes da movimentação financeira do
presidente da Câmara e do possível uso irregular de suas empresas na área de
comunicação, além de avaliar a relação do deputado com pessoas próximas, como o
corretor de valores Lúcio Funaro.
Entre os
alvos da quebra estão as empresas Jesus.com, C3 Produções e Rádio Satélite.
Investigadores suspeitam que contas mantidas em um banco suíço teriam repassado
valores para uma das empresas.
A
Procuradoria aponta ainda que, direta ou indiretamente, Funaro pagou veículos
no valor de pelo menos R$ 180 mil em favor de empresa de Eduardo Cunha.
Na busca
realizada na casa de Cunha no Rio, segundo a Procuradoria, foram encontrados
diversos documentos de origem bancário-financeira (recibo, contrato de mútuo e
contrato de fomento mercantil) relacionados ao corretor de valores, além de
recibo no valor de R$ 720 mil relacionado a uma empresa de Funaro.
OUTRO LADO
Procurado
pela Folha, Cunha minimizou a quebra do
sigilo pelo STF, afirmando que a decisão era antiga e mostra que o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "atua politicamente,
escolhendo a quem investigar".
O
presidente da Câmara disse "que o PGR alega como um dos motivos do pedido
do meu afastamento [do comando da Casa e do mandato] um deputado ter pedido
quebra de sigilo de parentes do doleiro Alberto Youssef, família de um réu
confesso reincidente, e pede a quebra da minha família".
Da Redação com Folhapress
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