“NÃO ME
ARREPENDO”, DIZ SUPOSTA PASTORA QUE DESTRUIU IMAGENS
A suposta pastora de
Botucatu, a 240 km de São Paulo, que aparece em um vídeo destruindo imagens de
santos com o auxílio de uma marreta afirmou nesta quarta-feira (11) não se
arrepender da ação. O vídeo viralizou pela internet e causou revolta em
católicos e evangélicos que discordam desse tipo de fanatismo religioso.
A mulher não teve sua
identidade divulgada e, embora se diga pastora, os líderes da igreja católica
da cidade e do conselho de pastores afirmam não a conhecer.
Após
diversas tentativas, o UOL conseguiu
contato telefônico com ela na tarde de hoje. Questionada se estava arrependida
pela situação, a mulher respondeu: “Não me arrependo, não”. Logo em seguida,
desligou o telefone e não atendeu novos chamados da reportagem.
Antes de começar a
quebrar os símbolos católicos, a suposta pastora pediu a outras pessoas
presentes para gravar a cena. Depois, destruiu várias imagens, incluindo uma de
Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. No vídeo, é possível ver e ouvir
obreiros da suposta igreja orando durante a ação. “Seu nome será honrado e
glorificado. Abençoa senhor, meu pai, que foi feita pelas mãos do inimigo. Não
aceito outro Deus Oh, glória, está quebrada em nome de Jesus”, dizem os
obreiros.
Para o representante da
Diocese de Botucatu, o pároco Emerson Rogério Anizi, a ação da suposta
religiosa é lamentável. “É um exemplo de intolerância religiosa que ninguém
quer assistir, mas essa ação não é o reflexo da relação que a Igreja Católica
possui com a comunidade evangélica em nossa cidade. Temos um excelente
relacionamento, atuamos em ações visando o bem-estar das pessoas, sempre
respeitando a doutrina de cada um”, afirmou.
“Este ato, mesmo que
isolado, manifesta uma ignorância teológica e doutrinal inclusive, além da
falta de respeito. Nós católicos não adoramos ‘imagens’, mas sim veneramos a
vida testemunhada de tal pessoa. Adoramos somente a Deus, os santos veneramos e
admiramos o testemunho de vida de cada um”, completou.
O missionário Paulo Cruz,
secretário do Conselho de Pastores de Botucatu, divulgou uma nota repudiando a
ação e afirmando que a entidade não esteve envolvida na ação e que não apoia
essa manifestação clara de intolerância religiosa.
“Fazemos dessa nota um
pedido de perdão aos nossos irmãos e amigos católicos que se sentiram ofendidos
com o vídeo de uma prática isolada que está circulando nas redes sociais”, diz
o comunicado. “Seguimos em pregar as boas novas de Jesus Cristo, o Salvador de
acordo com as sagradas escrituras, preservado acima de tudo o amor e respeito
ao próximo”.
Fonte: Portal Tambaú
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